março 04, 2012

Borrões numa cartolina vazia


No meio da noite o silêncio invade e sinto-me pequena. Mínima. Sou um ponto no meio do mundo. Um pequeno borro numa grande cartolina. Apaguem-me agora ou por favor desenhe-me direito. Não me deixa aí borrada, sem nexo, sem par, nesse imenso branco. Me abraça? Tudo está grande demais e eu sou pequena, quero só uma segurança. É rápido, eu juro. Só deixa os seus braços aqui em volta de mim por um tempo, até que eu veja que o mundo não é tão grande assim e o borro na cartolina não é tão feio. Não é feio, é? Tudo bem que não estou lá em ótimas condições, é noite e ando meio "largada" mesmo, mas ainda sim não me deixe. Não agora. 
Desculpa se eu molhar a sua camiseta, tenho umas pendências com esses meus sentimentos ainda. De verdade, me desculpe, eu não queria estar assim. O borro tá ficando menor. Vou sumir? Me aperta. O mundo está me invadinho e eu não quero me largar dos seus braços. Não agora. São apenas umas lágrimas bobas, não se importe, vou ficar bem. Te juro, é momentâneo. Sei lá, deve ser você. Desculpa novamente, não era pra soar grosseiro, apenas quis dizer que o fato de ter aqui me deixa meio assim. Olha aí, mal sei escolher as palavras! Tô confusa. Não pergunte mas também não fique em silêncio. Canta? Não, eu não me importo se a sua voz tá rouca. 
Vou deitar minha cabeça em você, posso? Obrigada. A propósito, sua voz é péssima mas me fez um bem danado. Sua risada é melhor ainda. Rir. Cara, você me fez rir! São quatro da manhã, estou aos prantos, com medo, e você conseguiu me fazer rir. Você não existe. Mas me diz, por que a gente sempre acha que não consegue? Por que eu sempre penso que tô querendo mais dos outros do que mereço? E quando vejo, já me doei mais do que podia. Aí eu choro e preciso de colo. E de um abraço, é claro. O seu está sendo ótimo, diga-se de passagem, cê deve ter o dom. Não ri de mim não, tô falando sério, sinto que o mundo não é lá tão grande assim quando te tenho aqui. 
Cê deve pensar que eu sou louca, não é? Eu também acho que sou um pouco. Um pouco meio muito. Mas não passa, viu? Pode ficar tranquilo e sem mover um dedo do lugar, te quero aqui perto. Só mais um pouquinho. Quase toda noite é essa mesma história, pelo menos hoje eu tenho você. Desculpa, eu falo desculpa demais, mas é que estou confusa. E eu falo que sou confusa demais. Eu falo demais. Desculpa. Ops. Foi sem querer, juro. Agora cê deve me achar uma maníaca, pirada, enfim, eu aceito qualquer termo. Terás razão. Mas é momentâneo, amanhã eu já tô bem. Ei, tem outro borro na cartolina comigo com a cor da tua camiseta, acho que cê deve ficar. 

Tinha esse texto guardado aqui já a semanas. E aí, o que acharam? Ah, agora comecei a usar mais a página do blog, CURTA AQUI SE VOCÊ AINDA NÃO CURTE e aproveite. Postarei algumas músicas, fotos, enfim, espero que gostem. Beijos no coração!

3 comentários:

Juliana P. disse...

Que lindo, Larinha! *-*
Adotei esse texto pra mim, tá?

"A propósito, sua voz é péssima mas me fez um bem danado. Sua risada é melhor ainda. Rir. Cara, você me fez rir! São quatro da manhã, estou aos prantos, com medo, e você conseguiu me fazer rir. Você não existe."

Juliana P. disse...

Que lindo, Larinha! *-*
Adotei esse texto pra mim, tá?

"A propósito, sua voz é péssima mas me fez um bem danado. Sua risada é melhor ainda. Rir. Cara, você me fez rir! São quatro da manhã, estou aos prantos, com medo, e você conseguiu me fazer rir. Você não existe."

Gabriela Freitas disse...

Acho que ele não deveria ir embora nunca.
Saudades de você no Nova perspectiva, Lara.