fevereiro 27, 2012

Título


Parágrafo. Começo mais um e outro, e outro, conto coisas daqui e dali. Rimo amor com dor só para soar clichê, deixo que o A rime com o B e deixe meu poema pobre. Ou talvez rico, vai que a inspiração resolve vir com força. Mas é só mais um texto. É só mais uma página desse meu livro da vida. Ainda tenho mais várias para preencher com todo esse meu melancolismo e essa saudade guardada no peito. É difícil, te confesso, mas a gente vai vivendo. As páginas não podem ficar em branco ao fim do dia. E elas jamais ficam. Tem sempre alguém querendo aparecer aqui nesse meu livro, ou tem apenas eu que quis me dar um oi. Preciso relembrar que eu existo de vez em quando, senão as páginas se lotam de vários vocês e não me deixo espaço. 
Já fora um capítulo. Acho que já passara da hora de um ponto final em tantos assuntos que eu insisto em continuar, em relembrar... Ei, é o fim, chega de reticências menina boba! Não consigo. O ponto final é frio, feio, eu quero algo bonito. Mas nenhum fim é bonito. Todo fim de página é a mesma tristeza. As mesmas letras sendo encolhidas ao máximo para que não acabe. "Não, por favor, cabe só mais um pouquinho..." Não cabe não. Não posso continuar nessa mania masoquista de me preencher sendo que já não me caibo mais. Fim. Acabou o espaço. Vamos para a próxima página. Começo de novo, o mesmo assunto, a mesma dificuldade em deixar que tudo termine. Então em uma página nova eu transcrevo minhas palavras encolhidas.
Clímax. Pulo linhas, deixo palavras pela metade, eu gosto é do importante. Tudo bem que volto e releio cada detalhe, mas o tal do clímax me cativa mais que qualquer "e os olhos dele eram castanhos, seu cabelo era...". Então o que os olhos castanhos fizeram? Eles olharam pra você? E no fim teve o beijo? Vamos, conte-me, estou que não me aguento de curiosidade. Conto a minha história para mim e ainda mentalizo-me como a minha fã número um. Vamos lá Eu, você precisa ser mais precisa. Seja direta pelo menos uma vez na vida! Mas eu nunca consigo, por isso meus clímax vivem em entrelinhas nas minhas mais variadas páginas. 
Como me concluir? Eu não sei usar o tal do ponto final. São só pontos, e pontos e pontos... Nunca um final. Eu não quero ter um final. Meu dia nunca termina no fim da folha. Minhas saudades nunca terminam ao fim das lágrimas. Minhas dúvidas nunca terminam no fim das interrogações. Eu nunca termino no final de um texto. Tem mesmo que colocar um fim? Enfiar um ponto final grosso no meio de um abraço, selar um beijo com um ponto final feio, trancar um sentimento com um grande ponto final. É tudo tão frio. Ei, tá acabando, mas eu continuo querendo dizer aqui tudo. Tudo o que? Não sei, é só tudo. Posso? Não, é perigoso. Mas eu nem sei o que postaria. Mesmo assim, deixe aí dentro. Tudo bem. Vai ficar bem? Vou. Mesmo? Não. Então escreve outra página...

Comecei a me organizar para estudar, estou no terceiro ano e sabem né, ano de vestibular e tudo mais. Já deixo avisado que talvez eu não poste com tanta frequência, mas voltarei sempre que possível, viu? Obrigada por tudo gente, e... Me desejem boa sorte e força? Ando precisando! haha.
Beijo no coração!

Um comentário:

Yasmin disse...

Olá Lara!
Que textinho doce e ao mesmo tempo pesado de sentimento. Um texto leve e forte, ao mesmo tempo. Tenho problemas com pontos finais e quase nunca consigo fazer uso deles... Quando tento, sempre acho que deveria ter apagado e colocado uma vírgula. Dói.
Adorei o texto!