abril 30, 2015

Reprovação


É estranho pensar como ainda restam lágrimas a serem derramadas. Parece que litros já escorreram pelo meu rosto no decorrer deste ano e ainda aparecem mais e mais. Hoje mesmo, agora, ontem a noite, naquela desculpa que eu precisava ir ao banheiro quando na verdade me desmanchava mais uma vez. Estou desfazendo todos os traços, a maquiagem é inútil e os olhos inchados já não caem mais na balela de ser uma alergia qualquer. É inchaço mesmo, de choro, de dor, de noites mal dormidas e dias mal vividos. 
Não me pergunte os motivos, não tente consolar-me com conselhos quaisquer que lera num desses livros que dizem sempre a mesma coisa. Por favor, não me olhe com essa cara de quem sente pena e ao mesmo tempo reprova. Eu também me reprovo. Nessa matéria chamada vida eu nunca tirei mais que quatro. Os últimos bimestres sempre exigiram muito de mim, havia sempre nota em falta que precisava ser adquirida para que o ano acabasse. E esse 2015 não está sendo diferente. Há muita nota em falta, minhas médias foram extremamente baixas e continuam baixíssimas. Mas diferentemente dos anos passados, não sinto vontade de passar. Que ele me atravesse. Que eu não passe. Que eu fique.
Pode estar soando muito pesado o que quero dizer, e talvez haja certas interpretações que irão além do que realmente escrevo, mas hoje quero que entenda do jeito que quiser. O que estou fazendo aqui é mais uma noite fugindo do sono que me aflige para escrever algo qualquer, enquanto uma música melancólica repete e deixo-me chorar por mais algumas horas. É madrugada, e elas sempre foram muito difíceis. Tudo está sendo muito difícil nesse fim de semestre. Sei que não dá pra simplesmente desistir dessa matéria, mas às vezes, te confesso aqui baixinho, dá uma vontade. 
Falávamos em lágrimas, e justamente agora elas cismam em engolir-se. O que me dilacera em dose dupla, pois sinto-as presas a cada soluço seco. A dor é muito maior do que quando elas simplesmente rolam por esse teclado e misturam-se com meus pesares. Ambos pesam. As palavras pesam e as lágrimas tanto quanto, ou até mais. Não senhor diretor, não sei o que está acontecendo comigo. Não tem nada em especial, mas ao mesmo tempo tem tudo e mais um pouco. Não tem uma pessoa específica, tem várias. Não tem um momento, tem o ano em si.
Só peço que acabe de uma vez e leve com ele esse pesar que carrego todos os dias. Nunca aprendi a lidar com cargas, há várias quedas e não aguento mais cuidar de tantos hematomas.

O pesadelo não acaba mesmo de olhos abertos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando tempo que não leio nada seu! É bom saber que você ainda escreve com o coração.
Te peço só uma coisa leia...
Provavelmente você não lembre de mim, e com provavelmente eu estou sendo bastante generoso, acho que já fazem mais de dois anos que a gente não conversa, se é que se pode chamar aquilo de conversa já que eu falei, falei e você não respondeu.
Bem, não estou aqui para tentar reavivar uma amizade a muito esquecida, muito menos para reclamar ou brigar por ela ter acabado, você devia ter seus motivos, eu só queria agradecer ... obrigado Lara, você mudou minha vida, me fez ver a vida com outros olhos, graças a você e ao seu jeito de ser, eu pude entender que na vida as coisas simplesmente acontecem porque tem que acontecer e não há nada que possamos fazer para mudar isso, as vezes as desculpas não bastam as vezes não dá para voltar atrás as vezes é melhor deixar a vida seguir seu caminho... mas uma hora os caminhos se cruzam e é hora de agradecer, e essa hora é hoje, tudo porque eu vi uma farmácia cujo nome era Lara ...

De um cara que te admira muito...O 35º Presidente dos estados unidos.

P.S.: Espero que entenda e que se lembre. Se lembrar dê um sinal de que está tudo bem, você sabe onde me achar (ou não), só não esqueça do “ h” no final.
P.S.S: Desculpe incomodar, se o silencio prevalecer mais uma vez, deixarei a vida seguir seu caminho, e prometo ler e somente ler os seus textos. Mais uma vez, muito obrigado, e desculpe os erros de português. Boa noite menina do olho bonito que ama gatos.