janeiro 09, 2015

Romances


Depois de mergulhar em tantas leituras aleatórias, tantas simbologias e conspirações, me pego com sede de romance. Com aquela saudade dos clichês, dos primeiros encontros e todo aquele roteiro que qualquer um, mesmo os mais ogros machistas, sabe muito bem como acontece. Repete todos os atos, segue as falas prescritas para que o final se encaminhe da maneira correta. É mesmo sempre a mesma coisa, aquela história boba de casal lerdo, de casal briguento, de casal amigo, de casal enfim. Então tem um terceiro, tem a distância, tem uma doença. E por fim um casamento, uma casa, um filho, ou simplesmente um livro.
E a gente vai mergulhando numa cidade que nem existe, criando pessoas baseadas em personagens e já decorando as falas tão usadas. É moço, aquela sua frase bonita foi daquele filme do Nicholas Sparks e aquela sua ideia foi daquele outro que passa sempre na sessão da tarde. Não que seja errado, só não é surpresa. E era exatamente isso que no filme foi. A garotinha não fazia ideia que o mocinho falaria aquilo naquele momento, mas o telespectador sim. Então me desculpe a falta de espanto, minha leitura de romances já é meio extensa e finjo entender e já presumir o que as pessoas vão dizer. Mas me engano, vez ou outra a gente tá ali, esperando uma coisa, e a pessoa foge do script.
Sim, por favor, mude, fuja, recrie. Troca aquela fala clichê de todos os filmes, muda a rota dos caminhos de sempre, inverta os horários. Não que não seja bonito, quem é que nunca choraria numa cena em uma lagoa, um barquinho pequeno, um pôr do sol e logo em seguida uma chuva forte e uma declaração? É claro que sim, mas não é real. É Nicholas Sparks. É ficção. Traz pra realidade uma coisa só sua, nem que não tenha a sintaxe perfeita das falas já escritas, nem o romantismo consagrado dos clássicos. A gente se reescreve. Muda as paisagens, inverte a ordem dos fatos, refaz as falas e rasga o script. Porque essa história de clichê só é bonita nos filmes e livros, na vida falta o inesperado, o dito sem pensar, o real. 

Mas se for "Um Dia" a gente dá um desconto, hehe. 

Um comentário:

Jeniffer Yara disse...

É isso que precisamos, algo fora do script, algo inesperado, mas sincero, real <3 Romances e clichês apenas nos livros e filmes, por favor.

Beijos
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