dezembro 22, 2014

O último


E depois de tantas horas de espera, tantos dias lentos e semanas intermináveis o ano se foi. Faltam apenas alguns dias, também lentos, para mais um recomeço ilusório. São tantas promessas, tantas mudanças que não ocorrem, tantas metas não cumpridas. Mas não custa nada manter a esperança, deixar que a luz dos fogos iluminem de uma vez o caminho correto para os próximos trezentos e tantos dias, que as felicitações sejam sinceras e tragam de fato um ano feliz. O tal do quatorze não soube trazer as felicidades de ser par, teve uma cara ímpar, independente da metáfora que queira encaixar aqui, ela serve. 
E lá vem mais um ímpar, que talvez tenha a cara de par. Penso sempre que quinze é uma passagem, deixamos a infância e caminhamos em direção a uma nova fase. Penso que o próximo ano esteja cada vez mais me encaminhando para um novo lugar, uma nova fase, um novo destino. Ainda não é o ano tão esperado, mas estamos quase lá. Quinze anos não é dezoito, mas a gente aguarda e aproveita as festas, risadas e vestidos. Porque é assim mesmo, por mais que haja trezentos dias e duzentos deles foi "de rotina", ainda sobraram aqueles cem que você reviveria. Só para relembrar aquele sorriso se formando tímido numa noite estrelada, sentir de novo a alegria daquela gargalhada com uns amigos, voltar a girar numa noite de festa, ouvir as borboletas do estômago e os dedos trêmulos de primeiro encontro. E, por mais que doa, ouvir de novo aquelas palavras bonitas ditas em momentos difíceis, reencontrar pessoas do passado e sentir novamente aquela nostalgia misturada com saudade. 
Neste ano o destino parecia trançar meus caminhos, entortando as estradas e cruzando as ruas. A direção ficou turbulenta, houve tantos buracos em rodovias mal pavimentadas que muitas vezes pensei em largar o carro e seguir a pé. Pois deveria, tantos cenários que passaram "voando" pela minha janela sem que eu os aproveitasse de fato. E alguns outros, que mesmo se repetindo por meses, ainda deixarão uma saudade bonita. Porque afinal, foi tão bonito. É bom guardar na memória os domingos coloridos e calmos, mesmo o último não tão colorido assim. Mas a viagem valeu, todas elas, os quilômetros rodados renderam novas paisagens e novas pessoas com seus sotaques e gostos. 
Talvez eu seja mesmo exagerada ao classificar como um dos piores anos, estou apenas exausta. Porque mesmo agora, perto do fim, a gente ainda encontra certos buracos e novas estradas para seguir. Até quando este ano trará novidades e quebrará minha rotina mais uma vez? Ainda não aprendi a deixar a agenda de lado e seguir sem destino por essas novas estradas, a minha insegurança persiste a cada metro. Quem sabe no próximo ano eu aprenda a lidar com tudo isso. Promessas são sempre bem vindas, afinal, é fim de ano. A gente tem que recomeçar, renovar, voltar a acreditar. A esperança é sempre bem vinda. 

Não poderia deixar de agradecer a todos que estiveram aqui me acompanhando por mais um ano, e espero que continuem por muitos outros. Obrigada de coração pela companhia, mesmo que entre telas, já valeu cada leitura, cada visita. 
Um adeus doído a todos aqueles que deixei em 2014, agradeço todos os minutos juntos. E que o próximo ano lhes seja leve e bom. 
Até o ano que vem!

Um comentário:

Anônimo disse...

Amei seus textos!