novembro 14, 2012

Cisma


A manhã fria, como há tempos não fazia, me acorda para mais um dia. Mais uma semana que vai, assim, meio triste. Uma manhã sem graça, sem sua voz rouca do outro lado da linha me dizendo coisas banais, sem suas mãos nas minhas, sem sua presença na rua de cima, na praça de cima, na casa, no quarto, na sala... Sem você. Simples assim, faltando você. E dói aqui, ali, acolá e lá. Dói agora, depois, amanhã e ontem. Dá uma saudade apertada na música, no filme, no livro e na festa. Na aula de história, geografia, matemática e biologia. Na segunda, terça, quinta, quarta, sexta, domingo e sábados. Enquanto respiro e nos intervalos também. 
Achei que já tinha passado dessa fase, mas esse jogo vive no game over e eu tenho que começar de novo. Desde o princípio. Os mesmos sintomas já decorados, as palavras já cansativas e clichês, o medo de quem lê, a tristeza por quem não lê, as lágrimas do chuveiro e travesseiro, o amor escondido ás sete chaves. Eu, mantendo a armadura firme e forte como se os dias fossem só primavera. O inverno já acabara, mas parece que eu cismo em voltar pra lá. Tem um sol de 40ºC do lado de fora, mas aqui dentro há cobertas e um chá quente. Minhas mãos ainda tremem, meus pés continuam gélidos. O coração bate fraquinho, congelando mais e mais a cada dia. 
Coração não dói quando é sentimento, mas eu cismo em dizer que sim. Cismo em sentir pontadas lá no fundo quando a saudade bate forte, quando me falam teu nome, de mais alguma peripécia sua que eu finjo que você tá tentando se comunicar. Você está? Eu estou. Sempre estive, por mais banal que seja a forma, cismo em te colocar entre vírgulas por aqui. E sempre que tem você, tem uma dorzinha fraca no coração. Eu sei que amor não é no coração, eu sei que o sentimento é no cérebro ou seja lá onde, mas é meu coração que responde quando é você. Talvez seja um modo dele dizer que cisma ser só seu. 
Te invento em cada quadro, texto ou desenho. Me vejo nas tuas palavras banais, nas suas músicas e imagens. Eu sei que não tem eu ali, não tem mais eu nenhum em você, mas é cisma. Cisma em querer encontrar alguma lembrança minha em você. Alguma música calminha na tua playlist, algum desenho ou filme. Talvez até uma palavra minha gravada aí em você. Pode ser gravada no coração mesmo, não precisa tatuar. Mas se quiser, fique a vontade, eu te dou total direitos de me gravar em ti pra sempre, sem direito de remoção á laser ou sobreposição de desenhos. Será pra sempre eu em você. É cisma.

Um texto meio bobo, repetitivo e chato. Mas é que eu tava com saudade até de escrever textos assim, de pura saudade.

Ps: Tenho PAS esse final de semana, é a minha maior chance de entrar em biomedicina. Podem torcer por mim? :)

4 comentários:

Anônimo disse...

que vontade de conseguir escrever esses textos 'bobos' igual a você!
Estou torcendo sim por você

Anônimo disse...

Esse é o momento que você chora quando lê um texto lindo como esse.

beijoos ;*
garotanadanormal.blogspot.com.br

Keith Pappen disse...

Que texto encantador. Gosto de textos assim.
Estou torcendo por você. Beijão.

www.detalhesamor.blogspot.com / @keithpappen

Ingrid Santos disse...

Oi lara, quanto tempo, acho que talvez nem lembre de mim né... Você me ajudou muito com o sweet memories, e agora estou criando um novo blog com a minha amiga Ana Haldin e gostaria da sua ajuda se possível... http://chasingdreams-love.blogspot.com.br/
agradeço deis de já s2