maio 18, 2012

Sonho meu


Chegando cansada do trabalho, a moto simples deixarei estacionada na garagem do prédio. Pegarei minha bolsa e subirei para o meu andar. No elevador procuraria as chaves na bolsa, demorando todo o caminho para encontrá-las naquele universo paralelo onde até ferramenta se encontra. Ou coisas mais absurdas. Enfim, com as chaves em mãos abriria a porta e atiraria a bolsa no sofá próximo. Ou quem sabe na poltrona, na cadeira da cozinha, na cama...Tiraria os sapatos e jogaria no canto do quarto, soltaria o coque do cabelo e largaria o amarrador na pia do banheiro, colocaria o vestido florido que me esperava na porta do armário.
Ligo o computador, deixo a playlist preferida tocar enquanto vou para a cozinha. Essa, pequena, poucas coisas, meia dúzia de copos, alguns pares de talheres, poucos pratos. E uma louça do almoço para lavar. Ah, e um fogão sujo. Tudo bem, tem música. Cantarolando e confesso que arriscando alguns passos de danças maluco termino a "lição". Cozinha? Feito! Corro para a sala, ainda tem livros no sofá e alguns pela escrivaninha, organizo por cima, afinal, nunca consigo livrar-me da bagunça na hora do estudo. Nem em qualquer outra hora. Mas tudo bem, lembra, eu ainda tenho a música e esses meus passos de dança ridículos e minha voz terrível.
Enquanto esticava os lençóis escuto um miau embaixo de alguns edredons, era o meu gato. Carinhoso que só, vem nas minhas pernas pedindo atenção. Ergo-o no colo e deito por cima de toda a bagunça na cama só para afofá-lo alguns longos minutos. O ronronado é alto. Continuo com a arrumação, sempre de leve, fingindo que não vejo certos livros fora de ordem, certas roupas pedindo para serem guardadas. Fazendo sempre a eterna promessa que no final de semana seguinte eu arrumo. Mas talvez eu arrume mesmo, tem certos dias que a gente acorda com aquela tal vontade de deixar tudo bonito. Talvez esse dia esteja chegando e eu realmente arrume a terceira gaveta. 
Após terminar, sem nunca, por hipótese alguma, desligar a música, estico-me no sofá e ali fico bons minutos. Quem sabe eu leia, talvez eu durma um pouquinho, ou simplesmente fique ali, curtindo minha música. Meu sofá. Minha bagunça. Meus livros. Meu apartamento. Meu lar. A minha casa. O meu cantinho. Tão possessivo, eu sei. Mas sabe o que é sonho? Então, tô aqui contando o meu. Um cantinho meu, cada parede com um desenho meu, cada cômodo com um cheiro meu, cada gaveta com uma peça minha. Ah, e é claro, tem o gatinho. Tem os amigos que de vez em quando visitarão-me, tem os amores, tem a família, mas ali, na rotina, sou eu. Só eu. É a tal da independência querendo dar as caras desde de agora, será que falta muito?

E aí, qual é o seu sonho?
Beijos no coração! 

3 comentários:

Bruna Corrêa disse...

Eu também sonho com a independência, em ter um lugar só meu. Mas as vezes a vontade de dividir algo, talvez uma vida com alguém que você ame, seja bom, e é esse o meu sonho agora. Seus textos sempre lindos Lara, adorei.

Anônimo disse...

Olá Lara, como está? Bom, creio que a independência seja desejo de todos nós que ainda somos meros jovens, e esse seu sonho, deve ser "igual" ou parecido, também tenho um sonho assim, viver sozinha no começo, com um quarto, cozinha, sala, escritório que seria uma biblioteca, banheiro, tudo com a minha cara, meus gostos. É, será que falta muito? Quem vai saber né.
Bom, seus textos são lindos, quando começo a ler-os não consigo imaginar o final, como sempre uma grande surpresa! Parabéns querida, Beijos da sua anônima.

Unknown disse...

Também é o meu sonho... Ter um cantinho que eu possa chamar de meu. Chegar do trabalho, minhas músicas, minha vida por completo. Mas temos que por em prática... Aos poucos estou subindo os degraus e me firmarei. Espero que você também. ^^

Um beijo, flor...
http://eppifania.blogspot.com.br/