março 15, 2012

Cyberbully - Charles Binamé (e um desabafo)

O filme Cyberbully conta a história de Taylor Hillridge (Emily Osment), uma adolescente que se torna vítima de bullying online. Quando sua mãe (Kelly Rowan) lhe dá um computador de aniversário, Taylor se anima pela perspectiva de liberdade e independência de se conectar sem a mãe sempre olhando. Mas Taylor logo se descobre vítima de bullying enquanto visita uma rede social, e, com medo de encarar seus colegas na escola, inclusive sua melhor amiga Samantha (Kay Panabaker), ela é forçada ao limite.* 
O filme é extremamente limitado, ou seja, foca mesmo na questão do cyber bullying e como isso afeta vários adolescentes hoje em dia. Seu forte é mostrar como palavras podem machucar, que qualquer brincadeirinha pode deixar a pessoa extremamente exposta na internet. 

Até quando podemos nos expor? É exagero quando os pais querem saber exatamente com quem conversamos ou deixamos de falar? Até que ponto podemos confiar nos nossos amigos? 


Não irei separar aqui em pontos positivos e negativos, porque por mais que o filme possa ter uma romance clichê entre ela e o cara mais popular da escola não devemos nos prender nesses detalhes. O importante é sobre o que o filme realmente fala. Assisti o filme pelo youtube, caso se interesse: PARTE 1 e PARTE 2.

Você, é, você mesmo, nunca se sentiu mal por alguma brincadeirinha, por algum olhar e risinhos maldosos?
Hoje enquanto via as notícias me deparei com um vídeo de uma menina que fez sucesso por contar que sofria bullying no colégio, sim, existem milhões desses no youtube mesmo, mas me diga, você já parou pra pensar o quanto deve ser difícil para essas pessoas acordar pela manhã e ter que superar mais um dia sendo humilhado? Sem contar aqueles que simplesmente desistem de acordar. 
É tão clichê falar sobre bullying, se torna até algo rotineiro, não é mesmo? Afinal, esse conceito está tão banalizado que as pessoas já nem se importam. Mas as mães dos seus filhos que cometeram suicídio por aquele comentário do "valentão" do colégio se importam, e muito. Muitas vezes elas nem sabem de nada e acabam por descobrir quando já é tarde. Quando já temos pulsos cortados, anorexia, bulimia, entre esses tantos outros problemas que todo mundo já está cansado de saber. 
Mas o que fazer quando o bullying chega em casa? É isso mesmo, você não leu errado, não acontece só nas escolas e festas, pode ser no facebook, no twitter, enfim, quando você menos espera se vê rodeado de críticas e xingamentos, nem sempre diretos, mas ali, sempre a sua volta. Onde arranjar forças para continuar? Xingar de volta, criticar e fingir que tudo isso não te afeta não te levará a nada. Ninguém é de ferro, tem hora que a gente simplesmente desaba e precisa de uma palavra amiga. Uma só. Talvez você, quando sorriu para aquela menina meio esquisita da tua sala, tenha salvo uma vida. 

Eu, Lara Oliveira, nunca sofri bullying. Fui criticada algumas vezes pelo meu peso, já ouvi aqueles apelidos ridículos de "baleia" e coisas assim, já me senti sozinha inúmeras vezes em uma sala lotada, já ouvi boatos falsos a meu respeito e enfrentei olhares maldosos, ah, sem contar um risinho aqui e ali. Teve também algumas vezes pela internet, os tais "anônimos" que cismam em nos deixar para baixo. Não considero isso bullying, não por não ter sido difícil, foi difícil. Tive aqueles dias terríveis, tive os tais choros escondidos no chuveiro, os gritos abafados no travesseiro, essas coisas que todo mundo sabe, mas não me levou a tal ponto de querer me matar ou cometer alguma loucura. Sou covarde demais para essas coisas. Pelo menos para uma coisa esse meu medo todo me serviu. Aí alguns lerão isso e pensarão: ela é só mais uma menininha boba que quer chamar atenção. Sobre o fato de chamar atenção,  acertou. Eu quero mesmo que esse texto e esse filme chamem a tua atenção. Quero que cada frase aqui fique gravada em você e que entenda que por mais difícil que os seus dias estejam sendo, você consegue superar. Não tenha medo de pedir ajuda. Mas é tão difícil pedir ajuda, não é? Pedir perdão, aceitar o erro, o orgulho grita mais alto sempre. Então diminui o volume. Deixa só o coração falar, ele sabe que você precisa de um abraço. 

Um abraço e um beijo no coração de cada um de vocês que leram o texto até aqui!


3 comentários:

Marcelo Soares disse...

Menina Lara, ja sofri bullying na escola, mas sabe que sempre fui pensamento firme, sempre fui daqueles que pensava: um dia serei melhor. E nem sabia eu que ja estava sendo, apenas ignorava. Não sei onde os agressores estão agora, sei que estou bem, e é isso que importa, não é mesmo?

Beijo

Gabriela Freitas disse...

Nunca sofri bullying, mas eu sempre me escondi quando menor por medo de por algum motivo não me aceitarem, só que cresci e aprendi a deixar só os comentários bons e as críticas realmente construtivas entrarem, porque o que é lixo a gente tem que jogar fora, certo? Acho que esse "medo" me ensinou a nunca rir ou brincar com os outros, seja por um defeito ou por pura implicância, não dou risada quando fazem piadinhas que afetam os outros e detesto gente que faz isso.

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Comecei cursinho, to em semana de prova e tentando administrar meu tempo, evitarei o máximo sumir, mas não sei se vou conseguir entrar todo dia.

Jeniffer Yara disse...

Pelo que dizem, eu já sofri bullying, e no mesmo caso que você, eu era gordinha quando criança e ouvi sempre os apelidos como 'baleia' e 'bolinha',etc. Naquela época eu não sabia o que era isso,claro,mas sabia que era errado, e sofri quase um trauma com isso,na minha pré-adolescência quase tive anorexia por querer ficar mais magra, mas aos poucos fui me tocando, fui me aceitando, fui querendo ser diferente ao invés de tentar agradar todo mundo, fui superando meus medos e meus receios e dando cara a tapa quando se tratava de ser eu mesma e de expressar minhas opiniões. Já tive meus momentos de depressão,claro, como você descreveu, já pensei em me matar também, mas fui covarde (ou corajosa?) e resolvi não fazer nada que me prejudicasse.

Enfim, gostei da sua mensagem e do texto, faz bem para quem está mal e precisando de uma força e até para aqueles que não precisam.
Vou procurar ver o filme sim.

Beijos