janeiro 30, 2012

Escritores Anônimos


Eu tentei, eu juro que tentei, mas não consigo. Minhas palavras cismam em falar de corações apaixonados e borboletas no estômago. E eu lá gosto de borboletas? Não aguento mais. O mesmo assunto, os mesmos textos, os mesmos remetentes... Aí eu prometo que será o último, que vou me esforçar e conseguirei escrever algo diferente, mas não vai. Chego, abro esse bloco de notas, tento trocar a música, nenhuma palavra se encaixa. É como se o texto não tivesse o brilho que os outros tem. Como se faltasse eu ali, naquelas palavras juntas. Eu sei, minha escrita é triste, já me conformei. Não tem o que eu faça, quantos sorrisos eu tentei expressar, minha escrita sempre remete a minha tristeza. A minha falta de alguma coisa. A falta. As lágrimas. As dores. 
Fico dias sem escrever, penso que talvez assim eu melhore e consiga falar de sorrisos e da beleza do mundo, mas o bloco nunca deixa eu falar dessas coisas. Eu tenho sempre que comentar do amor banal, de saudades, ou de qualquer outra angústia que tenho dentro do peito. Tá cansando, eu não quero voltar em nenhum assunto dolorido, não me faz bem. Escrever nunca faz bem. Tô aqui, agora, escrevendo, só porque sei que se não fossem essas palavras eu poderia ter tiradado a noite para chorar ouvindo uma canção deprimente. Então eu resolvo vir aqui, colocar a canção deprimente, mas não derramar uma lágrima. Chega de (tanto) sofrimento. Como se pra escrever uma frase eu precisasse cortar meu coração em cinco, e a cada palavra ele corta mais e mais e mais e mais... Só não sangra mais. Acho que vou acostumando. Grandes escritores nem devem mais sentir essas minhas dores tolas.
Serei eu um dia uma grande escritora? Tô preparada para enfrentar ainda muitos cortes nesse pobre coraçãozinho? Melhor não pensar em futuro nenhum, já dói assim, imagine só seguidas vezes para um livro, um conto, uma frase... Ah não, acho que escrever não é um negócio pra mim. Diz aí grande Caio, como conseguira transformar teu amor em palavras tão belas? Eu sei que sofrera, todo escritor sofre de alguma coisa, senão não teria motivos para escrever, mas me conta teu segredo para ser tão bom. Doeu muito? Sangrou por quanto tempo? Amiga Tati, conta pra mim como faz pra transformar esses meus pensamentos em palavras tão certas? Como consegue fazer de um texto uma vida? Conta teu segredo. Gabito, jovem Gabito, como conseguiu trazer a novidade pra escrita? Menino, cê sabe usar as palavras de um jeito que eu não te explico, só digo: ele escreve. Todos vocês. Eu os resumo numa palavra: escrita. Porque vocês sim, ah, vocês conseguem (sim Caio, te trato no presente porque te sinto vivo nos dias atuais) transmitir todos os sentimentos imagináveis em palavras. Sangraram o coração quantas vezes para conseguirem chegar aí onde estão? Tô com medo.
Desculpa, eu acho que não devo ser tão vulnerável assim. Não devo deixar que as palavras entrem tanto na alma, devo? E se sangrar? Eu não quero sangrar mais. Olha onde fui me meter, logo na escrita, por que não em pinturas ou ioga? Seria tão mais fácil pintar 5 quadros á escrever 5 parágrafos! Você aí, que me lê, me prometa que não vai escrever. Promete pra mim, falo sério! Corre lá e se matricula numa aula de pintura ou num curso de relaxamento, não tenta escrever. Por que eu escrevo? Amigo, cê acha que eu escolhi? Eu simplesmente me vi sangrando um ano depois de ter começado. Quando comecei? Não faço ideia, quando me dei conta já estava aí completando diários e mais diários ao contar do meu dia. Já foi? Se tiver uma vaga guarda pra mim, tô tentando sair dessa. Não é a primeira vez que tento fugir, tento toda semana, todo dia, mas seu sempre volto. Oi, meu nome é Lara e estava á uma semana sem escrever, não resisti, voltei. 

E quem mais frequenta comigo o "Escritores Anônimos"? hahaha. Espero que estejam todos bem e que gostem do texto. Ah, ainda farei um post sobre o Gabito Nunes, que citara ali no texto, tenho lido muito seus textos. Enfim, beijos no coração de todos!

18 comentários:

Unknown disse...

Lara, sinceramente... Fiquei encantada pelo seu blog e ainda mais pelos seus textos. Eu sou muito sensível e me vejo mais em textos intensos e intimistas. Mas o seu é... Como posso explicar? Ele me segura para ler-te até o fim. Gostei demais do seu cantinho e estou seguindo. (:

Maria disse...

É bom saber que não sou a unica a me sentir assim, sério, me identifiquei bastante. Ótimo esse blog *---*

Elania Costa disse...

Ah, não posso te prometer nada Lara. Porque pra mim, escrever já é... como posso dizer? Algo de mim sabe, é esparramar minha alma por aí. Não sangro escrevendo, eu me cicatrizo...
É...

Ana Laura disse...

A boa é que tu anônima ou não é uma grande escritora, e quer saber? se isso tudo aí te requesita esse 'sangramento' que seja ... tomara que não estanque então. Mas sinceramente imagino que depois de publicados seus textos se tornam remédio, pq é isso que estão sendo pra mim. Descobri teu blog a pouco tempo e sigo super encantada =D. Vai FUNDO!
Como diz a Fernanda Mello: "Publicar um texto é como dizer 'me empresta teu peito que a dor não tá cabendo no meu'.
Parabéns pelo blog.

Unknown disse...

Nossa, parabéns Lara, amei o texto. São palavras de uma verdadeira escritora, com um futuro brilhante pela frente! *.*

Gostei muito do seu blog, está de parabéns!

Anônimo disse...

LARA,NÃO LEVE A MAL ,MAS O QUE ME ENCANTOU MESMO FOI VOCÊ

Anônimo disse...

LARAŃAO LEVA A MAL NÃO ,MAS...O QUE ME ENCANTOU FOI VOCÊ>

Anônimo disse...

SÓ AS GATAS

Anônimo disse...

EU PENSO QUE TU É MUITO LINDA

Escritor e Poeta Walter Figueirôa Craveiro disse...

Nós que escrevemos jamais pensemos em desistir do sonho, de um lugar ao Sol... Um abraço!

Olá tudo de bom, que a paz reine em teu coração! To lançando este ano meu livro eletrônico de poesias, Um abraço!
http://walqtuiemiar2013.blogspot.com.br/

Anônimo disse...

http://culturagaviao.blogspot.com.br/2013/05/1-concurso-literario-cidade-das-asas.html

Anônimo disse...

Era uma vez?

Era uma vez um menino.
Já não sei se era, ou se ainda é.
Era uma vez um menino, já que seu corpo cresceu. Ainda é um menino, uma vez que muito de sua inocência ainda existe.
Era uma vez um menino, o tempo em que vivia livre de preocupações já passou. Ainda é um menino e traz consigo a leveza de seu ser.
Era uma vez um menino, daqueles cheios de vida que corriam na floresta e brincavam de desbravar seu pequeno mundo. Ainda é um menino, trazendo em seu coração a vontade de conhecer os quatro cantos do planeta, as pessoas e seus corações.
Era uma vez um menino, que em sua doçura chorava quando não podia ajudar todos os animais da rua ou pessoas com fome e se murchava feito flor ao ver triste seu melhor amigo. Ainda é um menino, que nessa vida apressada, ainda procura um motivo para que seu colega sorria e estende a mão à quem precisa.
Eu era uma vez este menino.
Eu ainda sou este menino no corpo de gente grande. Ou melhor, eu sou um adulto que cada vez se da conta do menino que tem dentro, já que o menino nunca quis mais do que ser feliz.

Anônimo disse...

Superei (acho que não)

Pelo menos 3 vezes ao dia eu digo que superei "estou bem, não preciso dele"
Mas logo depois já estou pelos cantos, com os olhos cheios de lagrimas e pensando como seria bom se ele estivesse aqui...Não quero usar nomes, não val a pena, afinal superei.
Estava ouvindo Sozinho com o Caetano Veloso e novamente já estava pensando nele, queria que ele não me deixasse tão solta, e sim, colasse em mim, afinal, se eu me interessar por outra pessoa?! Ah, que se dane, vou ouvir Metallica, superei (de novo)
Estava no onibus e passei pelo restaurante que ele dizia que queria conhecer, sorri e me entristeci, queria ter ido conhecer com ele, depois de 2 minutos já estava na barraquinha de churrasco grego e parei de pensar em toda aquela "frescuraiada" superei (de novo).
Fui ao cinema, lembrei de quando nos iamos e ficavamos juntinhos, era como se fosse apenas nós dois ali e tela inteira só pra nós dois... Balancei a cabeça e pensei - Larga de ser boba, ele nem pensa mais em você. Enão fui logo assistir aquele filme de ação violento com muito sangue.
Cheguei em casa após um dia cansativo e lembrei quando ele vinha me receber com aquele sorriso meigo, cabelo bagunçado e molhado pois tinha acabado de tomar um banho e então me abraçava e perguntava como foi o meu dia. Ali sentada no sofá permaneci, cansada e com fome, então me levante, e falei alto sozinha - Nem comida pra mim ele fazia. Que se dane ele, superei (de novo)
Acho que supero bem mais que 3 vezes ao dia, ele continua presente em tudo que penso, digo ou faço, parte de mim não quer que ele se vá e minha outra parte está suplicando para esquecer, não aguenta mais sentir essa dor que vai e volta toda hora e as vezes volta bem pior... Quer saber? Não quero mais nem saber, que se dane ele.Superei

Garota De Vidro disse...

Eu sou apaixonada por palavras. E não tem textos mais bonitos do que aqueles que são escritos com o coração. Transformar sentimentos em palavras e compartilhá-los com os outros é algo muito corajoso. Você tem futuro. Parabéns.

Anônimo disse...

A procura de uma existência
Já não me magou .as lágrimas secaram por falta de algum afeto , carinho . Vivo uma fausa ilusão de felidade
Cada dia que acordo me pergunto .porque ? Qual e o sentido ? O que devo fazer ? E se nao fizer ? Por mais que tento nao me apego a niguem todos os meus sonhos e desejos foram enterrados a muito tempo e por mais que tento desenterra-los nao consigo minha inspiração ja se foi e nao ira voltar .
A confiança nas pessoas foi perdida . Humilhado abusado maltratado isso tudo me fez criar essa armadura . Por mais que tente hoje ja não me alcançan mais .desconfio de todos e deixo pensarem que so idiota submisso frágil , la atrás posso ter sido mas estava apenas moudando minha armadura , sempre a procura da palavra certa do sorriso que agradaria ,de conseguir engolir o choro e da um sorriso .vendo cada pessoa e tentando entender oque as faziam felizes .todos os dias aprendo um pouco mas hoje nao e tao difícil de ver o lado que ninguém quer mostra .basta uma pequena abertura e pronto da para se ver tudo . Como agradar e como magoar . Para uma pessoa que sempre quer ser o sentro das atenções apenas fassa com que ela lhe veje e a ignore ,e ela fara de tudo para que vc fale com ela .para uma que so fica na dela de um sorriso e se apresente ela ira lhe responder educadamente lhe dando abertura para saber mais sobre ele deixando com que voce entre em sua zona de conforto .
Tudo ira depender das palavras de como quebrar o gelo , observado sempre a roupa o estilo a postura isso sempre mostra muito de cada pessoa .

NELSONPOA disse...

Só existe uma forma de superar, ou seja, com outra pessoa, cachorro, gato, passarinho, que possa aguentar a nossa carência E a falta que ela(e) nos faz.

NELSONPOA disse...

Está mais do que na hora de dar a volta por cima, falar com outras pessoas e voltar para O mundo real, não podemos egoisticamente falando ficar conectado spenas em "nós" mesmos, está na hora de voltar.
Dá uma especulada no meu blog:
Www.nelsonpoa.blogspot.com

Unknown disse...

A frieza é muito atraente, não é? O super poder de não sentir dor, quem não deseja?
Sim, há quem diga que as alegrias da vida compensam as tristezas e por isso é melhor ser sensível, mas parece que pra maioria das pessoas isso não é verdade. Uma vez um psiquiatra me disse: "quando uma pessoa fica muito feliz por muito tempo, começo a observar atentamente o estado mental dela, porque na espécie humana a tendência é ficar mais pra baixo do que pra cima" e pelo jeito isso não depende muito das circunstâncias.
Quem me dera ser fria como uma máquina, calcular até meu riso, ser mais produtiva, receber todas as honras de uma pessoa bem sucedida e nem dar importância, não me sentir culpada quando eu erro e principalmente não repetir todos os dias os mesmos erros.