dezembro 06, 2010

Ressaca

    Fui numa festa de família, daquelas que junta do avô até o bisneto de 3 meses catarrento e chorão no quintal de casa pra fofocar da vida alheia e reclamar dos chefes e prefeitos. Não trabalho e não voto, que beleza. Esse cheiro de cerveja tá me enjoando, e de cigarro então, preciso de ar. Lá fora tá a tia da vizinha da cunhada com o bebê no colo, ninando com uma canção antiga. Tudo bem, é melhor que escutar piadas em que você tem vontade de dizer: "tá, mas peraí, deixa eu ligar pra graça..." 
    Lua cheia, igual aquela do filme em que o olhinho direito fecha pra ela medir a lua com seu polegar, e ele fazer o mesmo e verem que é o mesmo tamanho, ai como isso é meloso. Como é fofo. Como é repugnante. Como é tosco. Como é bobo. Como é de se invejar viu! Cadê o dedinho do outro lado? Risadas altas vindas do povão, obrigada, sei que minha vida de encalhada deve ser de se mijar de rir. "Mas você tem o fulano lá super afim de você, para com isso menina" tá, cadê ele agora, hein? Quando eu preciso dele, ele nunca tá. Quando tô de boa e inibo o coração, ele vêm. Bela merda. 
    O bebê agora tá chorando, alto, e a mãe o aperta no colo. Quero colo. Mãe, sai pra lá! Eu quero um colo de homem, pra sentir o perfume no cangote e a barba mal feita roçar no meu rosto. O fulano podia tá aqui agora. Fim de churrasco, todo mundo alterado e satisfeito até as pampas de comida, abro a janela do carro pra sentir a brisa no caminho e é como se eu conseguisse sentir você. Que coisa boba, nostálgica, melosa, e totalmente dolorosa. Tô alterada também, nada aqui dentro no coração tá indo bem, não sei se sigo pro dos olhos verdes ou o do cabelo bagunçado. Tô satisfeita até as pampas de amor, de dúvidas, de sentimentos incompletos, me poupe viu! Não bebi, e até de ressaca eu fiquei, e essa é das fortes, é a do amor latejando na cabeça, e pior, no coração.


Infelizmente não ganhei no concurso do Bloínques. Mas tudo bem, vamos tentar outras vezes, não é mesmo? Espero que gostem do texto. Ah, fim de ano chegando aí, lembrem-se da meta: 250 SEGUIDORES AQUI NO BLOG. 
Sua colaboração já seria ótimo, tô falando sério. Segue aí! :)
@MEscritas #MemoriasEscritas

12 comentários:

Merlaine Garcês disse...

Ahhh Lara , rindo muito do seu jeito "singelo" de descrever sua noite...rs*
Seguindo-te!
Bjs!

Elania Costa disse...

Haha. Nossa. Gostei muito Lara.
E o filme, que vc "citou" néh. Eu amo *-*.
Amo a formas que escreve. Tão...informal (:
Até.

Anônimo disse...

sua noite parece que foi "boa". espero que a próxima seja melhor, e não tenha bebês chorando. gosto do jeito como escreve!

um beijo! :*

http://happinesshared.blogspot.com/

Camila Paier disse...

Nada como se intoxicar de sentimentos, né? O ruim é quando a gente mistura pessoas. Como diria Martha Medeiros, é isso que dá ressaca. Espero que daqui em diante tu escolha uma bebida, e sim, afunde o pé nela. Se for uma pessoa, isso é ótimo também - na verdade é muito melhor, mas a gente não conta muito alto que é pra inveja continuar na UTI.
Um beijo!

Nadine disse...

Menina, adorei o texto :D
ARRAZOU! Como sempre escrevendo muito bem.

Beijos ;**

Anônimo disse...

TEm tempo que eu não sei o que é uma ressaca!

Gabriela Morgante disse...

Mais um texto perfeito, gostei!
Parabéns Lara! *-*

Auricio disse...

Acho que todo mundo já teve uma ressaca semelhante.
Com o sem álcool, nos perguntamos onde está quem sempre esteve por perto. E passar essas reuniões de família sozinho é muito chato!
Conforme fui lendo fui revivendo e me colocando no seu lugar. Não é legal!
E de longe todo romantismo parece bobo mesmo, mas é inevitável não ficar bobo apaixonado.

Beijo Lara!

Gabriela Furtado disse...

ressaca de amor é braba e difícil de curar, doída...
beeeijoos

Unknown disse...

Ri muito aqui! Que hilária a sua forma tão cômica de escrever, amei de coração esse texto *.*

Beijos, guria!

Yasmin disse...

aaaai menina, que texto maravilhoso *-* A forma como você o escreveu, com um toque de realidade de humor, ameeeeeei!

:*

Anônimo disse...

O teu jeito de escrever...
é sem se importar com formalidades, sem querer demais, mesmo assim. É isso que te faz uma ótima escritora.