agosto 02, 2012

Céu de brilhantes


Já passa da meia noite, o céu está sem estrelas. Para onde foram os meus brilhantes? Ao anoitecer gosto de ficar observando-as, tentando sempre achar a mais brilhante, ou quem sabe aquela que pisca, tem algumas que eu até enxergo cores, e tem também uma especial. Sempre tem. Hoje eu encontrei a minha. Ela, por sinal, estava bem em frente da minha janela e me observa escrever esse texto. Posso até vê-la sorrir pra mim. Também pudera, está conseguindo executar teu trabalho extremamente bem essa noite.
Essa estrela, meu caro, não deixa de ser a tal da nostalgia. Tem a saudade misturada, um tiquinho de esperança, amor, enfim, a estrela das memórias. Para ela a gente olha e lembra de um tempo antigo, de uma saudade dóida, de um amor esquecido. A gente só lembra. E vai lembrando, apertando no peito aquela vontade de reviver, de trazer a estrela para perto e pedir: "por favor, me leva de volta, tô com saudades." Mas a estrela, por mais linda que seja, é cruel. Ela deixa você ali, na tortura, querendo tantas e tantas coisas e só podendo ter um céu brilhante. Um lindo e triste céu brilhante.
Que as estrelas sumam, que a Lua se exploda! Quero minhas memórias, quero revivê-las. Estrela, por favor, me ajuda. Dá algum sinal se do outro lado do mundo, ou quem sabe do estado, tem alguém olhando pra você. Tem Estrela? Me tira dessa agonia, me dá alguma resposta. Tem alguém chamando meu nome pra você? Meu coração está apertado, meus olhos estão secos, as mãos trêmulas, ah, mas a Estrela já conhece todos esses sintomas. É ela mesma a doença. Onde está a cura? É o amor, sei que é, mas tá longe Estrela, muito longe, talvez ele nem exista, então me deixa. Não olha mais pra mim assim. Não essa noite.
Eu cansei das estrelas. Todas. Por mais lindas e brilhantes eu já não aguento mais essa agonia. Já não quero mais falar com ninguém, lembrar de ninguém, quero paz. Só isso. Paz. Deixem-me! Não olharei para o céu, não quero arriscar me deparar com as memórias novamente, estava muito bem sem elas. Sem vocês. Sem ele. Não precisam me lembrar de nada, tem coisa que a gente prefere deixar dentro do peito como se fosse esquecida, mas só guardada. E eu não queria achar nada agora. Deixa-se tudo isso guardado, deixa esse sentimento aqui trancado, Estrela, eu não posso agora. É errado.
Quando vejo, estou lá admirando as estrelas, novamente. E lembrando. Relembrando. Sentindo. Todos sentem. Caramba, olhe para o céu, não está vendo algum amor ali desenhado nas estrelas? Tem sempre alguém chamando. Hoje eu escutei meu nome e vim ver. Não é certo, mas eu vim e tô aqui pra contar. Tem sempre alguém te procurando, talvez te vendo ali, entre os brilhantes também. Quem sabe os dois não estão juntos olhando o mesmo céu? Chama a Estrela, deixa que ela te mostre, essa aí sabe bem tocar na alma e fazer sangrar a ferida antiga. Pois deixe que sangre, é o que dizem, há males que vem para o bem. Talvez essa estrela me leve pra casa. Sinto sua falta.

Desculpe a ausência, meu netbook resolveu morrer (mais uma vez) essa semana e só tinha esse texto perdido por aqui. Vou aproveitar e dizer que tô amando o carinho lá na página do blog no facebook, obrigada mesmo. 

Um comentário:

Lipe disse...

De novo, lindo. ^^