janeiro 17, 2012

Não passou de uma ironia.


Eu não aguento mais. Tudo bem, eu sei que tu não merece me ouvir, mas vou falar. Tô com uma dor no peito, uma ausência na alma, uma coisa doída que fica aqui martelando de minuto em minuto. Tu sabes o que é? Já ouviu falar? Por favor, me ajuda, ando desesperada já. Será que morro essa semana ou ainda tenho um mês? Moço, é sério, a dor é grande e o desespero maior ainda. Não moço, eu não preciso de remédio nenhum, já tentei de tudo e o máximo que consegui foi dormir por dois dias inteiros e acordar com uma dor de cabeça do cão. Vai embora não, eu ainda preciso te contar mais, espera um minuto. Talvez dois, três, dez...
Acho que é arrependimento, sabe moço? Eu tô com raiva de mim e fico aí inventando desculpas. Fui uma boba, tu não vai acreditar no que eu vou te dizer, vai rir, eu sei, tô até com vergonha de contar-lhe o que eu fiz. Quer ouvir mesmo assim? Jura não rir? Então moço, eu acreditei no amor verdadeiro. Cê prometeu não rir! Mas tudo bem, é cômico mesmo, onde já se viu nessas alturas da vida ainda acreditar que alguém possa amar, não é mesmo? Eu, na minha grande inteligência, achei que o amor vencia os anos, a distância, e qualquer outra pessoa que pudesse aparecer. Moço, calma, vai ficar sem ar aí de tanto que ri!
Tô com vergonha mesmo, é difícil admitir, mesmo sendo pra um estranho na rua, o que se passou. É difícil ter que encarar os fatos assim, tão na cara. Dói. E tá aí a dor que anda me machucando a tanto tempo, é esse arrependimento cruel que me invade a cada minuto. Piora quando ele aparece. Pois é moço, cê acredita que ele ainda vem? É, nem eu acredito, ainda diz que me ama e tudo, pode uma coisa dessas? Me faz de boba e eu aceito. Dou corda. Acredito. Me iludo. Quebro a cara. E o que me resta? Essa dor de merda. Opa moço, desculpa o palavreado, tô fora de mim.
Nesses últimos dias tenho andado pelas ruas sem rumo, paro em qualquer esquina esperando encontrá-lo. Óbvio que eu nunca o vi, cê acha moço? Eu até te contaria mais uma coisas dessa minha história ridícula, mas vai que você o conhece, não é mesmo? Aí você poderia contar pra ele o quanto eu estou destruída, e eu não quero isso. Se você ver ele na rua diz que eu tô ótima, tá? Não mencione nem por um minuto que eu chorei ou estou com olheiras terríveis de noites mal dormidas, e muito menos diga que eu ainda lembro seu nome. Não lembro, não sei, já o esqueci a anos. Entendido? Confio em ti, não me decepcione! Olha eu, novamente, confiando em alguém que nem conheço... Eu nunca o conheci de verdade também, sabia moço? 
Eu sei que essa noite te valeu ótimas gargalhadas seu moço, fico feliz em pensar que pelo menos pra alguém essa história toda teve utilidade. Farei agora tua noite ainda mais feliz, te contarei meu segredo mais secreto, esse aí, ih seu moço, esse é o causador da maior das dores: eu ainda penso nele. Não somente com raiva, com amor, sabe? Tudo bem, deixe-me indo agora, tu daqui a pouco fica sem ar e não quero ser a culpada. Boa noite seu moço, tenha uma boa vida, viu? Ah, obrigada por desejar-me um bom amor, ironias á parte meu querido.

Ironia maior é postar esse texto hoje, depois de tudo. 


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5 comentários:

Anônimo disse...

no final o que sobra é uma dor, uma dor terrivel.

beijinhoos ;*
garotanadanormal.blogspot.com

Fernanda Toledo disse...

Ando tão machucada por tantos acontecimentos horríveis nos últimos dias que achei realmente que nada poderia me sensibilizar.
Errei: seu texto conseguiu. Estou aos prantos aqui, pela sensibilidade e pela dor que, apesar de bonita e poética, não deixa de doer em mim também...

Gilstéfany disse...

Triste, mas lindo ao mesmo tempo.

Danielle disse...

A parte boa é que isso passa ;)

Hugo Renato disse...

Que texto mais realista, simples e cativante. Um diálogo com um desconhecido que só faz rir da pobre menina. :( kkkkkkkkkkkkk, desculpa, eu só ri agora. Eu passei por uma história bem parecida com essa, me identifiquei bastante com o texto. Durou 3 anos...