janeiro 10, 2012

Escuro.


De repente escureceu. Nunca entendi como a noite chega tão rápido sem que eu perceba. Com as luzes apagadas fico totalmente no escuro, iluminada apenas pela luz do computador que foca em mim, tornando o meu redor ainda mais assustador. Escuro, por que me afliges? É aí que o medo fica escondido? Ei, medo, escuro, ou seja lá o que for, me acolhe. Sim, acolher mesmo. Vem cá e me abraça. Não, isso não é o cúmulo da carência e nem um texto demoníaco onde eu chamo o mal pra fazer pactos ou coisas assim, eu só sinto que posso ser quem eu quiser aqui, no escuro. 
Posso estar descabelada, sem maquiagem e com uma roupa velha que ninguém verá mesmo. Só o escuro. E aqui, no meu quarto enquanto a noite começa a cair, estou sozinha. Posso chorar, fazer caretas, e pensar em tudo que me aflige (inclusive no escuro, como faço agora), sem que ninguém me interrompa perguntando "tá triste? pensas em que? é amor?". Não querido, não é amor. Não é tristeza. É nada. Isso mesmo, nada. Vazio. Tuas palavras fazem eco na minha alma. Escutas? Eu escuto. Falo alto e escuto lá no fundo alguém gritar. Como que se eu falasse "felicidade", a voz do fundo gritasse "com quem?" ou "estou bonita" e ela "pra quem?"... Quem? Também não sei. 
Solidão, anoitecer, música alta e um bloco de notas aberto no computador, isso sempre resulta em textos melancólicos e eu choro. Confesso que só está faltando o choro, que está próximo pra vir, infelizmente. Não, mas eu não quero chorar. Pra que? Pra daqui a meia hora eu tenha que limpar o rosto, colocar o sorriso mais lindo do mundo na cara e fingir felicidade pra todos ao redor? É muito trabalho, prefiro manter o sorriso 24 horas. Tu já me entendeu, eu sei, novamente eu falo da falta de um amor. "Mas tu não tens medo de ficar aí no escuro?" Não entendo o motivo do medo do escuro. Sinto-me sufocada de liberdade aqui, o que me aflige um tanto, mas medo? Talvez. Tenho medo do que meu coração me faz sentir quando estou assim, livre do mundo e presa aqui, nas palavras. 
A alma volta a gritar, mesmo sem eu ter falado nada, ecoa em mim o vazio. Então eu sinto medo. Frio. Preciso de um abraço, um beijo, um colo. A parte bonita da vida sussurra "tudo em seu tempo menina" mas a alma quer agora, eu também quero. Preciso. Não, chega dessa nostalgia! Não aguento mais relembrar velhos amores e de como fiz tudo desabar tão rápido. Cada vez que me lembras imagino uma resposta diferente pros conflitos, mantendo uma esperança de que talvez se resolva, mesmo sabendo que acabou. Fim. Final. The End. Ponto final. Na minha história é sempre reticências...

Esse texto é antigo, não ando conseguindo mais escrever. O que tá acontecendo comigo? Quero conseguir escrever de novo. :( 
Beijos no coração de vocês!

2 comentários:

Luiza Fritzen disse...

Oi lindinha. Não conseguir escrever é fase. Você está trabalhando, não é mesmo? Corrija-me se eu estiver errada. Só que nessa nova fase, nossa cabeça se preenche com outras coisas, objetivos, responsabilidades e escrever fica para segundo plano. Serve como ação, conhecer novas pessoas, passar por novas experiências e aí sim, sua cabeça volta a redirecionar as palavras e formar textos. Leia, se distraia, saia quando puder que as palavrinhas voltam sim, não se preocupe.
Quanto ao texto, entendo como no escuro podemos ser nós mesmas, sem fingir, sem sorrir, sem mentir. Procuramos amores assim, relações nas quais possamos ser verdadeiras e sem medo de negativas, aceitas de braços abertos. E novos amores surgem sim, mas é preciso estar preparada para eles, de olhos abertos para oportunidades e braços esticados para agarrar boas pessoas.
Beijões

AquilesMarchel disse...

fase nao ocnseuir escrever

mas esse texto é bom demais

todo esse medo passa quando tem alguem q ta sempre ali pra abraçar ou atender uma ligação ou nem falar nada so ter o silencio amoroso